Violência contra a mulher é tema de reunião entre órgãos de Tucano que compõem rede de apoio às vítimas


Agosto é o mês de combate à violência contra a mulher. Buscando fortalecer a rede de apoio às vítimas, a Secretaria Municipal de Ação e Desenvolvimento Social de Tucano promoveu, na última quarta-feira (04), uma reunião entre os órgãos e instituições públicas que oferecem suporte às mulheres nos diferentes casos de agressão.

Além da titular da pasta, Neila Damasceno, e demais membros da Secretaria, também participaram da reunião representantes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), do Conselho Tutelar, da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar.

“Esse momento é para que conheçamos mais a fundo os órgãos que dão suporte às vítimas e de que forma cada um deles atua. Isso permite que estreitemos laços e trabalhemos de forma mais coesa, ajudando as mulheres com as medidas e encaminhamentos adequados”, disse Neila Damasceno durante o encontro.

Entre os assuntos abordados, foram levantadas as maiores dificuldades encontradas pelas mulheres no momento da denúncia. “Muitas delas não têm coragem de denunciar porque dependem financeiramente do agressor, ou se assustam com a possibilidade de uma retaliação. Grande parte dos chamados que recebemos partem de vizinhos e quando chegamos no local a própria vítima diz que foi apenas uma discussão, que já está tudo bem”, relatou o cabo da PM, Rafael de Oliveira Granja.

“É importante ressaltar que as mulheres agredidas, muitas vezes, não enxergam o agressor como um agressor, de fato, porque eles são seus pais, maridos, filhos… e isso também diminui o encorajamento para fazer a denúncia. Até porque não estamos falando apenas de agressões físicas e sexuais, mas também psicológicas, verbais e patrimoniais, conforme previstas na Lei Maria da Penha” explicou a coordenadora do CREAS, Gilenilda Reis.

Como cada órgão atua?

O CRAS realiza ações preventivas a partir de serviços como o PAIF – Proteção e Atendimento Integral à Família e ações de fortalecimento de vínculos e de convivência de famílias em situação de vulnerabilidade. Com essas atividades, é realizado um planejamento e acompanhamento familiar que, por vezes, identifica casos de violência contra a mulher.

Em se tratando da Polícia Militar e a GCM, estas são, geralmente, as primeiras instâncias a serem acionadas pelo 190 e 153, respectivamente. Elas prestam um serviço de contensão da situação e encaminhamento à delegacia, se necessário, para registro formal da ocorrência por parte da vítima. Com o Boletim de Ocorrência, o caso parte para o Poder Judiciário e/ou Ministério Público, de acordo com cada contexto.

Já o CREAS e Conselho Tutelar oferecem suporte psicológico e assistencial às vítimas após o ocorrido, visando fortalecer o empoderamento das mulheres e crianças, a fim de que reestruturem suas vidas de forma segura.

Campanha e apoio

Segundo os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em 2020, cerca de 105 mil casos de violência contra a mulher foram registrados pelo número 180 (Central de Atendimento à Mulher) e pelo Disque 100 (serviço de denúncias e proteção contra violações de direitos humanos).

A campanha Agosto Lilás tem como principal objetivo diminuir o número e frequência de tais ocorrências, garantindo a segurança e integridade das mulheres. Em Tucano, a campanha está em andamento e a reunião realizada ontem foi o passo inicial.

“Queremos conscientizar a população, e as próprias mulheres, de que Tucano oferece apoio às vítimas e que estamos atentos a todas essas ocorrências. São casos muito complexos, mas que atingem todas as realidades, sejam pessoas mais carentes ou com condição de vida mais elevada. Toda violência precisa ser denunciada e, mesmo que a campanha tenha foco no mês de agosto, continuaremos atuando o ano inteiro” enfatizou Lidiane de Andrade, coordenadora de Promoção Social da Secretaria.

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